27.2.07

A sabedoria do Mestre João Grande


Em 2001, Mestre João Grande foi honorado como um “Heritage Fellow” pelo Fundo Nacional para as Artes dos Estados Unidos (NEA). Cada ano, alguns oito artistas são elegidos para o prêmio prestigioso, que reconhece “a dedicação, a excelência artística, e as contibuções á herança tradicional”, segundo o website do NEA. Embaixo está um extrato de uma entrevista feito com Mestre João Grande por Janelle Otto do NEA logo depois que ganhou o prêmio.

JO: Onde e quando foi vc inspirado para dançar?

Grande: Creceu em Itagí, no sul da Bahia, Brasil. Eu fui inspirado pela natureza e pelos animais. Aos dez anos, vi meu primeiro movimento de capoeira, chamado “corta capim”. A perna arrasta o chão arredor da mão. Perguntei a um dos capoeiristas, “O que é esse movimento?”, e ele respondeu, “É a dança dos Nâgos”, que era a dança dos negros, da cidade de Salvador. Capoeira veio de todas as coisas naturais. Isso dá para ouvir nas músicas, também. Cantamos sobre a balança do mar.

JO: Quais são os maiores desafios de praticar e manter sua forma de arte?

Grande: Tudo é facil! Capoeira é gostosa. Tal como não posso imaginar a vida sem comer, não posso imaginar a vida sem capoeira. É como perguntar alguem, “Qual é o dificil de comer?” Capoeira é tanto um parte da minha vida como respirar. Capoeira é uma arte, uma dança, uma professão, e uma cultura. Um capoeirista é um bailador, um poeta, um cantador, e um filósofo. Capoeira é boa para o espírito e o corpo.

JO: Estou feliz ouvir que capoeira é facil porque parece muito dificil!

Grande: A reputação que capoeira é dificil é porque poucas pessoas sabem enisiná-la. Capoeira é para todos; para homem, mulher, e menino- quem não aprende quem não quer. Capoeira é boa para a vida, a vida inteira.

Leia a entrevista inteira aqui (en inglês).

23.2.07

Evento de FICA-Baltimore

Sexta-feira, 23 de fev
Filme & palestra
Horas: 19hs??
Onde: The Creative Alliance at the Patterson, 3134 Eastern Avenue
Preço: ??

Sabado, 24 de fev
Oficina de Capoeira Angola com Treineu Andrea
Horas: 10hs-12hs & 14hs-16hs
Onde: Sojourner Douglass College Gym, 200 N. Central Avenue
Preço: USD$20 visitante/$15 membros, cada oficina

Festa! Show de Samba Trovão com Rose Moraes. Comecerá com uma aulinha de samba. Mama Geni venderá comida.
Horas: 17hs- meia-noite
Onde: The Creative Alliance at the Patterson, 3134 Eastern Avenue
Preço: ??

Domingo, 25 de fev
Roda de Capoeira
Horas: 14-18hs
Onde: The Creative Alliance at the Patterson, 3134 Eastern Avenue
De graça

22.2.07

Festa de FICA-Chicago!

Acabou, por esse ano, a alegria do reinado de Momo nas cidades brasileiras, mas ainda estão rolando as festas nos Estados Unidos. No domingo, FICA-Chicago fará uma festa para apoiar a academia:

Quando: dia 25 de feveiro, a partir das 20hs
Onde: Bar ñ, 2977 N Elston Ave.


roda de Capoeira Angola as 21 hs.







Bossa Tres a partir das 22hs.









A cozinha e o bar do restaurante ficarão abertos.
Doação: US$10.

Para maiores informações sobre a festa, ou as aulas de capoeira angola em Chicago, telefone ao Centro Quilombo a 773-227-8879.

20.2.07

Edição Carnavalesca: O mais belo dos belos


No carnaval baiano de 1975, aconteceu uma revolução que mudou não só o carnaval, mas também a cultura brasileira. O primeiro bloco-afro, Ilê Aiyê, desfilou.

Desafiando tanto a ditadura militar que represou manifestações culturais que não conformaram aos padrões establecidos como a imagem do Brasil como um paraíso racial, Ilê Aiyê celebrou o Black Power, a beleza negra, e a contribução dos negros ao Brasil.

Ilê Aiyê, que significa “casa de vida” em ioruba, foi fundado por Antônio Carlos dos Santos, conhecido pelos fans como Vovô, e Apolônio de Jesus. Seu objetivo foi criar um grupo para resgatar e homenear a cultura Africana e afro-brasileira, combater ao racismo, e valorizar a communidade negra de Salvador. Com sede em Curuzu na Liberdade, o bairro mais o negro da cidade mais negra do Brasil, Ilê Aiyê era postivamente para negros, pelos negros.

No começo, Ilê Aiyê passou por tempos duros. Alguns o consideraram racista e muitos brasileiros afro-descendentes não se identificavam como "negros". Depois da primeira saída de Ilê Aiyê, A Tarde escreveu, “Não temos felizmente problema racial. Esta é uma das grandes felicidades do povo brasileiro…[e] é de esperar que os integrantes do "Ilê" voltem de outra maneira no próximo ano, e usem em outra forma a natural liberação do instinto característica do Carnaval.”

Mas Ilê Aiyê nunca vacilou no seu objetivo nem nas suas políticas. Cresceu cada ano, e logo se criaram outros blocos-afros como Olodum, Ara Ketu, as Muzenzas, e os Malê de Balê. Esse ano, a saída do Ilê reune os maiores políticos soteropolitanos. O prefeito João Henrique diz, "Ver o Ilê Aiyê passar, saindo do Curuzu, levando para a avenida uma das maiores representatividades da nossa cultura, nos dá muita alegria e satisfação".

Foto: Vovô (o alto) e Paulo Camafeu, quem escreveu, "Que bloco é esse?" a primeira, e ainda uma das mais populares músicas do Ilê Aiyê.


Hoje, Ilê Aiyê não é apenas um bloco carnavalesco, mas também uma organização que desenvolve trabalhos communitários. Dentro dos projetos educacionais que o Ilê realiza está a Escola de Mãe Hilda, que ensina a alunos de 1ª a 4ª series, a banda Erê de Percussão, a escola de dança-afro e cursos profissionalizantes de eletricidade predial, ajudante de cozinha, informática básica e fabricação de instrumentos de percussão.

18.2.07

Edição Carnavalesca: Os indios de Nova Orleans


Não só no Brasil ou no Caribe, mas também nos Estados Unidos curtimos Carnaval, que aqui está chamado Mardi Gras, e acontece em Nova Orleans. Mardi Gras tem varios aspectos, inclusive os indios. Existe mais de vinte-cinco tribos de indios de Mardi Gras, e cada um é diferente, então falamos nas tribos em geral.

A tribo de Creole Wild West Indian foi o primeiro, formando-se no anos 1880s. Existe duas histórias da origem da tribo. Alguns propõem que os negros foram inspirados pelas fantasias dos indios no famoso espectáculo de rodeo chamado O Wild West de Buffalo Bill (O oeste selvagem de Buffalo Bill). Outros negam essa história para ser simples demais, e dizem que o fundador da tribo foi o bis-tio de Tootie Montana (Cacique da tribu Pochahontas Armarelo de 1947 ate 1997), e que Montana tinha sangue dos negros e dos indios. Ele criou um movimento para pessoas como ele expressar-se da sua herança cultural e para comemorar a relação entre os negros e os indios dos Estados Unidos. Nas carnivais no Caribe, na America Central, e na America do Sul também existem grupos que se vestem em fantasias de indios. As vezes, esse fato é usado para demonstrar a existência em Nova Orleans de activdades que têm origem fora dos Estados Unidos, que faz a cidade diferente do resto do pais.

Tootie Montana é o cacique mais conhecido. Defendeu os direitos da communidade. A morte de ele, causada por um infarto durante uma reunião do governo da cidade sobre o abuso policial contra as tribos de Mardi Gras, é simbólico da sua devoção á communidade.

Clique aqui para maiores informaçoes sobre a vida de Tootie Montana (com fotos).


As fantasias das tribos são complicadas e demoram para construir. Muitas vezes, as fantasias de um ano estão feitas de pedaços das fantasias dos anos anteriores. São os homens quem costruar as fantasias, começando mêses antes de Mardi Gras. Existem varias músicas sobre a costura das fantasias, e normalmente, os homens costuram até os ultimos momentos antes de desfilar. Cada tribo escolha um tema. Algumas tribos, como o Espirto dos Indios Fi-ya-ya, se vestem num estilo africano, enquanto outras preferem um estilo dos indios do America Oeste inspirado pela tribo Creole Wild West no fim do século XIX.

Os indios de Mardi Gras têm um jeito próprio de cantar, lutar, e comunicar-se, inclusive uma lingua própria que é dificil traduzir. Alguns dizem que a lingua vem da lingua dos indios que ajudavam os negros quem fugiram da escravidão e se esconderam nos brejos de Louisiana. Outros dizem que é pura invenção. De qualquer maneira, as palavras não têm muito sentido fora dos indios que as usam.

As tribos de Mardi Gras desfilam cada ano, e suas tradiçoes dão orgulho aos praticantes e fascinam os espectadores. Assim como, as tribos dos indios de Mardi Gras representam a resistência da communidade contra a escravidão, a violência, e a pobreza no contexto de uma das maiores festas no mundo.

*Obrigada a LL de Nova Orleans pelo artigo.

15.2.07

Carnaval 2007!

Chegou a hora! Enquanto no norte do mundo estamos sufrindo com um dos piores tempestades de neve e gelo, o Brasil está se esquentando para curtir a maior festa no mundo!

Cada cidade no Brasil tem suas tradições distintas do Carnaval. No Rio, fazem um espectáculo sem par com destaques e fantasias estranhas no Sambadromo, os Bailes de Máscaras, e os desfiles pelos bairros e praias. Em Salvador, tem os trio-eléctricos, os poderosos blocos-afros e do afoxé, e uma pipoca super-animada. Em Olinda, tem um carnaval mais tradicional com o encontro de bonecos gigantes, os maracutus, e muito frevo com aquellas sombrinhas coloridas.

No Sambadromo, Rio de Janeiro se vira outra planeta.


O mais estranho, o melhor.


Nas ruas de Salvador, tudo de branco, os famosos Filhos de Gandhy.


O mais belo dos belos, Ile Aye.


Um trio-eléctrico com Ivete Sangalo.


O Encontro de bonecos nas ruas de Olinda.


E os maracatus.


Divertam-se!!!!!!

12.2.07

M. Cobra Mansa se lembra do M. Waldemar

Em 2004, uma revista holandêsa da capoeira publicou uma entrevista com Mestre Cobra Mansa. Ele falou sobre seu tempo na capoeira, a primeira vez que viu Mestre Moraes, os velhos mestres, suas pesquisas sobre o berimbau, e mais. Lembrando-se do Mestre Waldemar, M. Cobra Mansa disse:

A pessoa que me ensinou mais de qualquer um sobre capoeira e a vida foi Mestre Waldemar. Ele era uma pessoa alegre, sempre falando muito e sonrindo. Falou que tinha tudo que queira na vida, mas no fim da vida, sufriu simplesmente porque não sabia aproveitar da capoeira dele. Me influenciou muito em duas formas: Eu tento economizar para um bom futuro, mas também distfruto tudo que possa. Pode ser que hoje seja meu último dia, então não morrerei infeliz...

...Mestre Waldemar me falou sobre os lugares aonde ele tinha ido, o que ele tinha feito, as namoradas que tinha. E quando falava, era como se ele estivesse passando os tempos de novo, como os olhos brilhavam! Tal como os olhos de Mestre João Pequeño e Mestre João Grande quando contam suas histórias. É como se você esteja aí com eles. Eu tento seguir o caminho dessas pessoas.

Eu acho que a capoeira é como Mestre Decânio uma vez me disse. Uma frase que me interessa muito: “A capoeira não é para morrer, é para vivir.” Então, vamos vivir a capoeira!

Que sentimento massa.

8.2.07

Rodaton 2007 em Washington, DC

No friozinho da manha do dia 3 de fevereiro, ums poucos angoleiros abriram uma rodinha que logo à logo transformou-se numa roda quentissima com mais de vinte-cinco pessoas e dezenas de espectadores, e que demorrou mais de sete horas. Uma verdadeira maratona de roda, ou seja, um rodaton.

CM Chorão do Grupo Acupe de Brotas foi presente. Veio na quinta-feira da Indianapolis, onde tem o próprio grupo, dar oficinas e ser parte do rodaton. Vieram angoleiros de Baltimore e uma galeira da Nova Iorque para dar um esforço legal. Cada um de FICA-DC trouxe uma comida, e entre os jogos aproveitamos de tudo: moqueca, frango, arroz, ensalada, frutas, couscous, tabouli, tortas, sucos, e o famoso flan de Fabio.

O objetivo do rodaton é vadiar assim como leventar fundos para apoiar as mulheres da FICA-DC ir na conferência das mulheres, que vai ter lugar na Atlanta esse ano. Levantaram dinheiro suficiente para pagar as passagems de Linda G., Maria Luz, e Nena. O resto vai de van (mais vai ser um van luxo!). A passagem da Linda é uma homenagem á sua dedicação á FICA-DC. Muito obrigado a Troy, cujos esforços resultaram em muitissima grana.



Muito obrigada pela participação de todos, e especialmente CM Chorão.

*Harry tirou as fotos. Logo botamos um link á mais fotos.

6.2.07

Quinto evento do Grupo Zimba

Falta seu fim de semana uma vadiação? Aqui está:

O quinto evento do Grupo Zimba do Mestre Boca do Rio comecará a partir das 18hs no dia 9 de fevereiro com um coquetel e amostra de um filme na Casa Via Magica em Federação.

Os dias 10 e 11 terão oficinas de capoeira com Mestre Augusto, Mestre Caboré, Mestre Valmir, e Mestre Boca do Rio; e palestras por Fredy Abreu, Pimentinha (da FICA-Bahia), e Mestre Jair Moura. Também terá uma aula de dança afro com Marcela Gayosso e Mauro & Marcus Suel.

Para maiores informações, visite o website do Grupo Zimba.

Divirtam-se!

5.2.07

Festa Viva Brasil! em Baltimore


FICA-Baltimore esquentará o inverno com sua festa Viva Brasil!, trazendo os soms, as comidas, e a energia da Bahia ao Creative Alliance at The Patterson.

Aonde: 3134 Eastern Avenue, Baltimore, MD
Quando: 23- 25 de fevereiro
Datos: Um fim de semana cheio, com

Sexta-feira, 23 de fev: O documentário "Cidade das Mulheres" seguido por uma palestra de Gisele Mills, ethnomusicologista; Andrea, treineu da capoeira da FICA; Rita Nobre, bailarina de samba; e Mari Gartner, cineasta. Mama Geni venderá comida.

Sabado, 24 de fev: Festa de Carnaval! Show de Samba Trovão com Rose Moraes. Comecerá com uma aulinha de samba. Mama Geni venderá comida. A partir das 17hs?? até o fim.

Domingo, 25 de fev: Roda de Capoeira 14- 18 hs.

Também Andrea dará oficina de capoeira, estamos esperando mais informações.

2.2.07

A Festa de Iemenjá


Hoje na Bahia, o povo lota a praia do Rio Vermelho para pedir proteção e entregar os presentes à orixá do mar, Mãe das Águas e dos Peixes, Iemenjá.

Iemenjá é linda e vaidosa, e ela quer espelhos, estojos de maquiagem, pentes, perfumes, flores, e joias. Os cores dela são azul-claro e branco (transparente). Muita gente arruma grandes balaios cheios de presentes, enquanto outras deixam uma entrega simples nos balaios na Casa do Peso do Rio Vermelho. No fim da tarde, num espectáculo lindissimo, um cortejo de centos de barcos, carregados com todas as ofrendas, embaraca para entregar os presents no alto-mar. Dizem que se sua ofrenda afundar, Iemenjá a aceita.



A festa começou em 1923, quando vinte-cinco pescadores entregaram presentes à deusa do mar para agredeçá-la, pois os peixes estavam escassos. Em 2005, mais de 200 mil pessoas participaram.

Embora não tenha interesse no candomblé, a festa é uma boa oportunidade para disfrutar a cultura baiana na suas varias formas, porque as ruas ficam animadas com as rodas de capoeira, os batuques do afoxé e do samba, as baracas das baianas vendendo acarajé e comida típica, e a alegría pura da Bahia em festa.

1.2.07

O primo da Capoeira Angola?

Entre os séculos XV e XIX, milhões de africanos foram transportados ao Caribe, à Europa, e as Américas no tráfico de escravos. Hoje, os descendentes daqueles africanos moram en todo parte do mundo, criando o que está chamado a diáspora africana.

A capoeira angola é um fenómeno da diáspora africana, mas quais são outros fenómenos da diáspora africana que existem em outros países?

Na ilha da Martinica, existe o danmyé, também conhecido como a ladja ou a ag'ya. Assim como na capoeira angola, é dito que o danmyé tem as raízes em N'golo. Um website diz:
O cantador provoca os lutadores com sua canção. As canções vêm da história da Martinica. Elas podem elogiar um lutador famoso ou falar na coragem, na fortaleza, ou até na mau intenção de um dos lutadores.

Parece com a capoeira angola?

E agora ainda mais? (clique aqui)

O video é fantástico e é interessante perceber as semelhanças e as diferenças entre o danmyé e a capoeira angola.

* O video vem do website www.capoeirascience.com, feito por um capoeirista chamado Cientista no Londres.