17.2.08

Edição literária: O negro fala sobre rios

O negro fala sobre rios
Langston Hughes

Eu conheço rios:

Eu conheço rios tão antigos quanto o mundo e mais
velhos que o fluxo de sangue humano
nas veias humanas.

Minha alma se tornou profunda como os rios.

Banhei-me no Eufrates quando eram jovens as
auroras.
Construí minha cabana junto ao Congo e ele
me cantou canções de ninar.

Olhei para o Nilo e acima dele levantei as
pirâmides.

Ouvi o canto do Mississippi quando Abe Lincoln
desceu até New Orleans e vi seu seio

lamacento tornar-se ouro, ao pôr-do-sol.

Eu conheço rios:

Antigos, cinzentos rios.

Minha alma se tornou profunda como os rios.

Langston Hughes compôs este poema lindissimo, profundo e lírico quando tinha apenas dezessete anos enquanto cruzou o rio Mississippi (que corre do norte ao sul dos EUA) por trem indo para México.

Nascido em Joplin, Missouri no 1º de febrero de 1902, Hughes creseu na casa da avó. Publicou em 1926 seu primeiro livro de poesia, The Weary Blues, cujo incluiu “O negro fala sobre rios”.

Ele se matriculou na Universidade de Lincoln em Pennsylvania (onde ele era colega de Thurgood Marshall) e continuou publicando sua poesia.

Hughes se mudou para Harlem, Nova Iorque para continuar sua carreira como escritor. Ele era uma importante parte do Renascimento de Harlem durante a decada de 1920.

A poesia de Langston Hughes é reconhecida por sua ênfase na conscientização negra e orgulho em ser negro numa epoca quando muita gente estava tentando integrar-se na sociedade branca. O ritmo da sua poesia se lembra de jazz e dos blues, e seus temas, vêm da cultura negra, especialmente das contas que sua avó passou por ele quando era criança.

Hughes escreveu dezeseis coleções de poesia, duas obras de ficção, três coleções de contas, onze peças de teatro, três autobiografias, livros para crianças, filmes, óperas, e muitos artigos para journais e revistas.Langston

Hughes morreu no dia 22 de maio de 1967, aos 65 anos de idade.

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