Você pode leer a entrevista inteira aqui.
NR: Como foi esse convivo com os mestres, coisa que já vai distante das novas gerações?
ML: Rapaz, essa vida dessa época, quem mantinha mesmo essa resistência, uma resistência até ingénue, eram os velhos mestres. Mas eles eram os nossos espelhos. Valdemar, Mestre Canjiquinha, Mestre Bimba, Mestre Bobó, essas caras eram nossos líderes, eram os caras que, porra, idolatrar não tem nada a ver mas, a gente acreditava neles!!! Canjiquinha era pra mim um herói. Um capoeirista que participou de uma pá de filmes. Você vê um filme como Barravento, O Pagador de Promessas, toda a parte teatral, da pantomime, de cultura, a galera de produção largava na mão dele, ele dava o “tcham” mesmo da manifestação popular para o filme. Foi o cara mais conceituado nessa linha. Mestre Caiçara, outro cara também muito bom, na época que a Bahia tinha muito aquele misticismo. Até isso se perdeu, você acreditar no cara:- Mestre Caiçara de Oxossi, porra, o cara er a de Oxossi, que na época era uma coisa tão forte, entendeu, Oxossi, o cara das matas. Era legal conviver com o Mestre Caiçara, no dia-a-dia, sua maneira de ser. Era um cara totalemente radical, o Mestre Caiçara, totalmente rebelde ã sociedade, ao sistema, ao sistema policial. Tudo isso era muito importante pra gente que hoje tem entre 45 e 60 anos, resistência, sabe?? Resistência política mesmo! Muita gente hoje dia:- Ah, mas os antigos mestres faziam muito jogo do sistema. Não, mas era diferente, hoje a gente é que faz o jogo do sistema, naquela época era o sistema que fazia o jogo deles…
Se existe uma entrevista com seu mestre ou professor(a) que vc gostaria de divulgar, envie-nos a ficadcarchives(arroba)gmail(ponto)com. Se não exista, faz! Podemos traduzir entre portugues e ingles.
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