Dentro do nosso arquivo, encontramos esta entrevista com M Janja. A copia que temos não tem dato, mas parece que foi feito por uma revista chamada Cordão Branco. Na entrevista, M Janja falou da presença da mulher na Capoeira Angola, o crescimento da Capoeira Angola, a religão dentro de capoiera, e seus mestres. Aqui está um trecho da entrevista:
Cordão Branco: O que você acha da presença da mulher na capoeira? Tanto Angola quanto Regional?
Janja: Acho que a mulher deixou de ser vista como “novidade” nos grupos, academias e rodas de capoeira. Apenas aqueles que não interessam pelos dados históricos e filosóficos da capoeira podem pensá-la sem a presença das mulheres. Novidade mesmo é o fato da sua atual representação numérica e qualitativa. Ou seja, o fato delas representarem hoje cerca de 40% dos praticantes de capoeira, numa distribução mundial, indica que tanto a capoeira, no geral, quanto os grupos, academias, mestres, contra-mestres, professors, etc., no particular, não podem mais insister em ignorá-las, ou mesmo em reduzir seus papéis e participação na prática e nas atividades destas organizações
Por respeito, não falarei aqui sobre a Capoeira Regional porque nunca a pratiquei, um dia que fosse. A minha trajetória e formação de capoeirista se dá no interior do “mundo dos angoleiros” e neste, a presença feminina nunca causou nenhum estranhamento. Meus mestres (João Grande, Moraes, e Cobra Mansa) nunca nos discriminaram e, mais que isto, trataram de não perder tempo inventando “fundamentos” para nos impeder de crescermos como capoeiristas, dizendo-nos coisas que ainda hoje não compreehdemos (como dizer que mulher não deve tocar berimbau, ou cantar ladainha, etc.)
Parabens, Janja, pelos 25 anos de Capoeira Angola e obrigada por tudo que tem feito para nossa comunidade.
O resto da entrevista está disponível no nosso arquivo.
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