26.5.08

Mãe Menininha do Gantois

Assim como Besouro Preto e Princesa Isabel, Mãe Menininha é outra personagem da cultura popular brasileira que aparece em várias músicas da Capoeira Angola. A presença dela também mostra mais uma prova das conexções entre a capoeira e o candomblé em que Mestre Poloca descreveu no artigo.

Em fevereiro de 2008, a revista da cultura popular da Bahia, viver Bahia!, publicou um artigo sobre Mãe Menininha. Aqui apresentamos um trecho do artigo, “A Oxum mais linda tá no Gantois”:
Dona de uma personalidade incomparável, admirada pela sabedoria, gentileza, comhecimento, humildade e pulso firme, Mãe Menininha exerceu durante 64 anos o mais alto nível da hierarquia do Candomblé, o de Ialorixá ou Mãe-de-Santo, misto de liderança religiosa, chefia, política e poder terapêutico no Terreiro do Gantois… Com grandes poderes espirituais e raríssimo charisma pessoal, Mãe Meniniha foi a grande responsável pela difusão e popularização do Candomblé na Bahia.

Com suas sais de renda imaculadas, azuis-turquesa, amarelo-ouro, óculos de ponderosas lentas, era uma mulher eloqüente, procurada por governantes, personalidades, ilustres, pelo povo e incredulous, por antropólogos e sociólogos, que nela buscavam uma preciosa fonte de informações para redigir suas teses e estudos acadêmicos. Foi amiga e conselheira spiritual de artistas como Pierre Verger, Carybé, Gal Costa, e Mãe-de-Santo de Caetano Veloso e Gilberto Gil...

... Filha de Oxum, divinidade relacionada às águas doces e ao amor, a líder religiousa tinha várias caracteristicas de sua orixá.

… Neta de escravos vindos de Nigéria, recebeu o nome de Maria Escolástica da Conceição Nazareth ao nascer em 10 de fevereiro de 1894 no barrio Saldanha, em Salvador. Veio de uma família devota ao Candomblé. Sua avó, Maria Júlia da Conceição Nazareth, fundou em meados do século 19 o Ilê Iya Omin Axé Iyamassê. O Terreiro do Gantois, que depois foi liderado por sua mãe…

... Na época em que Mãe Menininha se tornou Ialorixá, os tempos não eram fáceis para os adeptos do Candomblé. Além do preconceito, os filhos e mães-de-santo sofriam muitas perseguições e violência. “Não havia liberdade de culto. As casa eram perseguidas e invadidas pela polícia. Eles entravam a cavalo, e, munidos de sabers, furavam os couros dos atabaques e quebravam tudo o que encontravam pelo caminho,” conta a filha sanguinea e atual Mãe-de-Santo do Gantois, Carmen Oliveira da Silva.

Mãe Menininha morreu em 13 de agosto de 1986 aos 92 anos de causas naturais.

O artigo tem muito mais sobre Mãe Menininha, o terreiro do Gantois e seus iniciantes. O artigo está disponível para vocês ler na bibilioteca da FICA-Bahia.

2 comentários:

Anônimo disse...

queria muito conhecer o cantois pois sou parente de mae menininha queria conhecer o restante da familia, chamo-me Angelica Milet

Marina M T disse...

olá!tudo começou em um sonho:
estava eu entrando em uma casa bem iluminada pelo sol,sala grande e com vasos de samambais em cima de uns pedestais. Do lado direito uma porta que dava para um corredor e para a cozinha.Lembro-me que o cheiro da comida era muito bom.Ao entrar na cozinha vi duas mulheres:uma mexendo a comida e outra dando as ordens.Então me aproximei e falei que estava com fome,aí uma senhora me falou que aquela comida era dos santos e depois seria feita a nossa.Lembro que ela me abraçou e disse que eu era bem vinda á casa dela e me levou aos fundos da casa onde tinha muitas plantas em uma área toda aberta e lá me perguntou o que eu queria.Disse á ela que estava ali para agradecer(o que ,eu não sei)ela me deu um abraço bem apertado e falou que assim que tem que ser feito.(devemos agradecer mais do que pedimos).Pediu que ficasse de joelhos em frente a um prato de barro com alguma coisa que não me lembro o que era.Então ela saiu pra ver a comida.Fiquei ali ajoelhada e agradecendo por tudo o que eu tinha.
Esse sonho aconteceu á muitos anos,e minha admiração por mãe menininha só tem aumentado.