Carybé nasceu na Argentina, e começou de desenhar aos 10 anos da idade. Estudou belas artes no Rio de Janeiro, e aos 27 anos, visitou Bahia pela primeira vez. Aos 49 anos, se mudou para Bahia, e trabalhou desenhando a vida cotidiana dos baianos.
Em As Sete Portas da Bahia, Carybé descreve vários aspetos da cultura baiana, inclusive a capoeira, o Largo do Pelourinho, a Festa de Yemanjá, o candomblé, e mais. Aqui ele fala um pouquinho sobre os pescadores e as canções que cantam enquanto puxando rede.
A areia é alva; eles escuros. À luz intense da manhã sobe um cântico... centenas de vozes respondem.Reconhece essa linda música? É um dos corridos que Mestre Moraes canta no CD do Grupo Capoeira Angola Pelounriho, “GCAP Tem Dende”!
Os pés se fincam na areia, ritmando. Quando a sucção aumenta o peso da rede, cedem um passo e curvam mais os lombos musculosos:
A baleia me pediu
Aderecô Aninha
Pra fazê uma devoção
Aderecô Aninha
Vou pegá na jangadinha
Aderecô Aninha
Vou me embora velejá
Aderecô Aninha
O vento pegou de proa
Aderecô Aninha
Até da volta do má
Aderecô Aninha
Vou me embora que é noite
Aderecô Aninha
Eu não quero navegá
Aderecô Aninha
Fazê dos óio candeia
Aderecô Aninha
Até hora de vortá…
Para um capoeira, As Sete Portas da Bahia é super interessante porque, como no exemplo, achará aspetos da capoeira em outros partes da cultura baiana.
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