M Cláudio: a raíz de Angola em Feira de Santana

Um trecho de uma entrevista com Mestre Cláudio da Revista Cordão Branco (não sei qual ano). Se você quiser visitar a roda do Grupo Angoleiros do Sertão, vá lá em Feira de Santana sábado de manha às 10 h em frente do Mercado popular. Tem muitos capoeiristas bem legais.

Cláudio Costa, natural de Feira de Santana, cidade do interior da Bahia fundou a Escola de Capoeira Angoleiros do Sertão na década de 1980.

A escola é sediada na cidade de Feira de Santana-BA e mantem núcleos outras regiões...

Cordão Branco: Como foi sua iniciação na capoeira?
Cláudio: Meu primeiro contato com a capoeira foi na roça, quando eu era menino, e via meu tio Domingos. Hoje, ele more em Salvador. Um outro foi o tio Roque, que fazia berimbau de cipó de imbé. Mas o que mais me influenciou foi quando eu acompanhava minha mãe que vendia acarajé na feira e eu assistia roda de capoeira. Me lembro da primeira roda na igreja Senhor dos Passos. Na verdade, inicei na escole do falecido mestre Di Mola, em Salvador. Fiquei com Di Mola menos de dois anos. No entanto, aprendi mesmo a capoeira foi nas ruas de Feira de Santana. A partir dali, fui tendo contato com outors mestres de capoeira na Bahia, inclusive angoleiros. Quando comecei, eu freqüentava as rodas de rua, onde conheci capoeiristas como mestre Gago, Bigode, Zé Domingos, o Roque Rio e outros mais.

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Cordão Branco: A capoeira Angola está sendo muito praticada fora do país. Isso é prejudicial às tradições da capoeira Angola que tenta manter as raízes?

Cláudio: Depende. Se formos analisar, existem, no exterior, trabalhos bastante responsáveis, pessoas que realmente se preocupam com as raízes da Capoeira Angola. O meu medo é que a capoeira Angola lá fora cresça e seja vista simplesmente como esporte. Aí sim vai comprometer as tradições pelas quais muita gente já morreu.

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Cordão Branco: Eu sou angoleiro porque...
Cláudio: A capoeira Angola é uma das maiores formas para eu me descobrir. Encontrar meus valores como gente em um mundo cheio de diferenças e desigualdades.